quarta-feira, 23 de abril de 2008

Impossível deixar este som bazar!

Vejamos então:



Simplesmente "remarcable"!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Sons eloquentes

Todos nós, mergulhando no nosso passado, sem muito vasculhar, sentimos que nos vêm desfilar perante nós, alguns troços de melodias que alimentam o vício de olhar para o passado. Não aprendemos com história daquela rapariguinha que olhando para trás, se transforma em pedra. Mesmo sabendo do fim que nos baterá à porta, buscamos aí alguma energia, até mesmo tendo a noção de que as novas gerações nos castiguem com alguns dos seus mimos críticos.
Chamei aqui uma dessas melodias. De um grupo de pesoas notáveis que arrancaram do silêncio da mente (ajudados seguramente por fluidos libertadores) acordes que evoluem para polifonias maravilhosas.
(piquem na foto os que aqui vêm foi este som que quiz trazer aqui)

sexta-feira, 18 de abril de 2008


A natureza fornece em África tudo. Como a terra é de todos, dos vivos e dos antepassados, privar uma família de uma forma de sustento, carece de autorização. para que as saborosas mangas não desaparecessem num ápice, havia determinados truques que funcionavam mesmo.

A ver que muitas das árvores de fruto tinham fitas vermelhas penduradas nos ramos baixos, ou pedaços de corno de cabra, pequenas máscaras em madeira, molhinhos de palha... levou-nos a perguntar qual era o significado.

Com o ar mais espantado do que eu, a querer fazer um juízo de valor do tipo:" não sabia que Deus tinha feito tipos tão ignorantes", logo me esclareceu o papel de Quinhamel: obviamente, para que ninguém tirasse sem pedir. Se o fizesse, sujeitava-me à ira do Irã, simbolizado naqueles objectos.

E pronto. Por via das dúvidas, quando nos apetecia uma fruta ou víamos alguém, ou ficávamos de água na boca. Não fosse o diabo tecê-las.


quarta-feira, 9 de abril de 2008

Caminhando por Noses e Voses

O Jorge Sá Pinto sem aviso prévio enviou-me um convite para o seu Noses e Voses.

Eu confesso que sou um aselha nestas coisas. Apesar de também ter um bolg, quase que imposto pelo meu irmão caçula, esse sim, parece que dá uns “tokes” nestas coisas. Mas sinceramente nem sei o que fazer no tal de meu blog a não ser meter lá umas fotos que na sua maioria são de minha autoria.
Agora que contributo poderei dar ao Noses e Voses? Não faço a mínima a ideia.
Mas posso tentar.
Jorge, a maka agora é tua.
Tu é que te lembraste de me convidar.
E depois de pensar o que poderei escrevinhar aqui, resolvi que vou falar de um período da minha vida, que vai de 1980 a 1982.
Foram dois anos na Europa. Eu que descendo de europeus, nunca tinha feito as imbambas para ficar tanto tempo nesse continente. Já tinha estado até a essa data nos países da Península Ibérica de férias.
Agora pegar nas imbambas e dizer aos familiares e amigos; então até daqui a dois anos…
Mas assim foi, e passei dois anos num país que já não existe. A Jugoslávia.
No Noses e Voses vou seguir por aí.

kandandus

Consultar o Irã


Carregue aqui para ver

Convívios - o dia do Melão.

Na Guiné Bissau. A cidade de Bissau era acolhedora e bem alegre. Apesar das diferentes culturas que por lá estacionavam ( em particular de Bissau) e diferentes tipos de trato, era excelente a forma como convivíamos.
Tudo era pretexto para nos encontrarmos, num espaço em que não abundavam as actividades e os filmes no Cine Udib, ou nos centros culturais das embaixadas, não ofereciam novidades ( um filme era projectado durante quinze dias, como era o caso do cinema público).
Um dos casais de portugueses com quem lidámos era o formado pelo Fernando e pela Cecília.
Sempre activo, o Fernando tinha uma bela horta. Como o terreno saibroso conquistado ao pântano era improdutivo, tratou de ir buscar terra da bolanha e adubo de galinha na granja. Uma das suas plantações foram os melões de Almeirim.
O dia da colheita foi logo aproveitado para um convívio internacional. Esses convívios permitiam a prática da partilha dos bens que constituíam a reserva de alimentos e bebidas fruto de providenciais encomendas dos familiares, permitia reduzir as diferenças e conhecermos um pouco de todos.

Juntavamos portugueses, russos, ukranianos, cubanos, guineenses, alemães, americanos etc ( nunca aconteceu com chineses ou coreanos (não calhou).

Celebrávamos, por isso, tudo quanto era data: O dia do Exército Vermelho, o dia da festa do Ramadão, o Natal em duas datas ( o católico e ortodoxo), a páscoa, o dia do estudante, da criança, do professor, do massacre do pidjiguiti, o dia da independência, o dia 25 de Abril....

Neste caso o do melão. Juntamos o pessoal no jango que ficava entre os dois pavilhões reservados aos cooperantes, no antigo quartel da marinha. Ora vejam:

















A primeira fatia cortada pelo chitaqueiro. ( O Luís Zuzarte foi o primeiro e a Manuela chupa um cigarro)











Mas agora foi a vez dela ( a Teresa aguarda)







A capar o melão. Desta vez o Luís Zuzarte ( infelizmente já falecido). Da esquerda para a direita o Pedro, seguido pelo Alberto, a Cecília chitaqueira, o Vladimir, a esposa do Pogossian, a Teresa, o Luís, o Manuel Brito e de costas o Pogossian. Ao centro... é para dentro, pois vai bem com o melão e com o chouriço.







Claro que havia os Vivas que demoravam vários minutos, sempre com vodka Stalichnaia ou Limonaia.





A Teresa, o Manuel Brito por trás, o Carlos, o Pogossian, o Vladimir, a Galina, ?, de costas a Ana, a Gisela, o Pedro.